il titolo ha cinque lingue diverse per indicare, forse, i tanti colonialismi in Africa.
l'uomo bianco è perfetto per imbrogliare, ha la lingua biforcuta, vuole sfruttare e uccidere chi si oppone al suo dominio.
l'impressione terribile, fin dall'inizio, dell'uomo bianco come intruso, lo conferma la storia africana, e tutto il film.
è un film corale, a volte il coro greco rinforza e sostiene alcune parti, e tutti i personaggi sembrano essere in un grande teatro, dove ciascuno rappresenta qualcosa di più grande del proprio personaggio.
musica di Baden Powell.
musica di Baden Powell.
un film che stupisce e colpisce, da vedere con gli occhi di oggi e quelli di allora - Ismaele
QUI il film completo in italiano
QUI il film
restaurato, in versione originale
…Non potendo tornare in Brasile, Rocha partì per il
Congo. L’Africa non era semplicemente il luogo d’origine dei neri che avevano
così fortemente influenzato la cultura brasiliana, ma era una terra colonizzata
come il Sud America. Nel “continente nero” realizzò Der Leone Have Sept Cabeças (Il leone a sette teste, 1970).
Realizzato con cadenze da teatro popolare, il film si
sviluppa in vari episodi che vedono protagonisti un agente della CIA (Gabriele
Tinti) che fa l’amore col capitalismo ovvero Marlene (Rada Rassimov), un
mercenario tedesco (Aldo Bixio), un commerciante portoghese (Hugo Carvana), un
prete italiano (Jean-Pierre Léaud), un guerriero bianco Pablo (Giulio Brogi),
un capo rivoluzionario (Miguel Samba) e un borghese riformista.
Un lavoro sul colonialismo occidentale (il titolo
originale è composto dalle lingue dei cinque Paesi imperialisti, italiano
compreso) che venne presentato alla Mostra del cinema di Venezia suscitando
reazioni contrastanti…
O título poliglota
esconde a história da opressão branca sobre o mundo que se diz “descoberto”
(Camões até é declamado, mas sem glória…), que se diz sub-civilizacional ou,
simplesmente, se resume a duas palavras: Terceiro Mundo. É nas paisagens do
Congo francês que Rocha procura estender as ideias-força do seu programa
estético, começando desde logo por fazer desse país dilacerado por conflitos
território mítico onde se forja o discurso não da Ordem mas antes do Progresso.
O povo negro queria viver mas apenas sobrevive nessa terra que é sua
por direito, mas que está sob administração de um americano,
um alemão e um português, os três fiéis seguidores de Marlene, a semi-deusa
semi-ninfa que é apelidada a certa altura de “besta dourada da violência”.
Como acontece nos
outros filmes de Glauber Rocha, temos aqui um cenário muito propício a uma
revolução popular, pelo discurso (e pelas balas) das armas. Para que ela
aconteça, um elemento ou dois ou três, todos eles messias das suas Causas, são
lançados para o centro da batalha. Não falamos mais do candidato Vieira
de Terra em Transe ou dos “cangaceiros” de Deus
e o Diabo na Terra do Sol (1964), mas de dois “santos
guerreiros”, um africano e outro latino-americano, Zumbi e Pablo, prefigurações
“armadas” dos cristos de A Idade da Terra (1980), que
dão nova forma ao messianismo revolucionário caro ao imagi(n)ário
político-ideológico de Rocha. Também não falamos aqui de um Paulo Martins
ou de um António das Mortes, mas do padre jesuíta interpretado por Jean-Pierre
Léaud. Esta personagem materializa o espírito dialéctico, que lança o caos
sobre o filme, sabotando, enfim, qualquer possibilidade de um discurso “a uma
só voz” (dos bons contra os maus) que o espectador muito didacticamente poderá
querer assacar desta como de qualquer outra experiência fílmica – e que o
“imperalismo cultural” imposto por Hollywood fixa como a única receita para a
boa moral(ização) dos nossos filhos. Glauber Rocha tem particular carinho por
todos aqueles que derivam no mar das suas causas, oscilando entre posições à
partida inconciliáveis.
Mercenários como
António das Mortes ou “vendidos” à muito difusa e desorientadora Palavra de
Deus como é o padre Léaud, por não estarem verdadeiramente em lado nenhum nesta
Revolução, por mostrarem indecisão no seu percurso pendular, entre os que são
da terra e os que sobre ela administram um império, são as personagens mais
intrinsecamente humanas nas narrativas de Glauber Rocha. Há uma fragilidade ou
indeterminação (mais ou menos histérica) nelas que as torna, mais
imediatamente, o espelho do realizador nas suas histórias eivadas de alegorias
ou produzidas numa economia brechtiana de símbolos históricos e políticos…
The linguist joke
of the title states the multinational condition of oppression in Africa, and
maybe Glauber Rocha’s state as an artist in exile. The revue of Antonio
das Mortes is transposed in any case to the Congolese savanna, where
the kind of footage shot for Mondo features becomes groundwork
for a scorching political fantasy. The first shot has a bwana couple writhing
in half-discarded big hunter regalia, and so it goes, an arresting new idea
every ten seconds. Jean-Pierre Léaud in white robes punctuates his sermon by
pounding a mallet into the ground, the local women assembled are mildly
intrigued: His litany ("The beast... has the paws of a bear... the throat
of a lion...") might be a description of the film, though Rocha’s creature
is not a chimera but a hydra. A lily-white cabal of Euro buccaneers and CIA
agents (which include Rada Rassimov, Reinhard Kolldehoff, Gabriele Tinti and
Hugo Carvana) spout imperialist crap in ventilated terrazzos ("In Latin
America it was easier"), the people outside are mobilized for the
revolution. A stooge is propped up as ruler, given colonial peruke to complete
the frogged ensemble from The Emperor Jones; resistance rests on
the mating of the spear (Baiack) and the machine gun (Giulio Brogi). The
Scriptures are quoted and rejected, "Lili Marleen" and "La
Marseillaise" are sung in garbled accents, Don Quixote,
saxophones, guerilla bellowing. "In moments of imaginative stultification,
there is always someone assuming power" (Ici et Ailleurs). Rocha
understands the paradox of the rebel without a state, and ends on the image
(out of Preminger) of revolutionaries out on their own Exodus. And, if you
don't like that, there’s the spectacle of a Dziga Vertov Group prophecy
of Cannibal Holocaust. With Aldo Bixio, Andre Segolo, and Segolo
Dia Manungu.
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