martedì 16 giugno 2020

Der Leone Have Sept Cabeças - Glauber Rocha


il titolo ha cinque lingue diverse per indicare, forse, i tanti colonialismi in Africa.
l'uomo bianco è perfetto per imbrogliare, ha la lingua biforcuta, vuole sfruttare e uccidere chi si oppone al suo dominio.
l'impressione terribile, fin dall'inizio, dell'uomo bianco come intruso, lo conferma la storia africana, e tutto il film.
è un film corale, a volte il coro greco rinforza e sostiene alcune parti, e tutti i personaggi sembrano essere in un grande teatro, dove ciascuno rappresenta qualcosa di più grande del proprio personaggio.
musica di Baden Powell.
un film che stupisce e colpisce, da vedere con gli occhi di oggi e quelli di allora - Ismaele



QUI il film completo in italiano

QUI il film restaurato, in versione originale


…Non potendo tornare in Brasile, Rocha partì per il Congo. L’Africa non era semplicemente il luogo d’origine dei neri che avevano così fortemente influenzato la cultura brasiliana, ma era una terra colonizzata come il Sud America. Nel “continente nero” realizzò Der Leone Have Sept Cabeças (Il leone a sette teste, 1970).
Realizzato con cadenze da teatro popolare, il film si sviluppa in vari episodi che vedono protagonisti un agente della CIA (Gabriele Tinti) che fa l’amore col capitalismo ovvero Marlene (Rada Rassimov), un mercenario tedesco (Aldo Bixio), un commerciante portoghese (Hugo Carvana), un prete italiano (Jean-Pierre Léaud), un guerriero bianco Pablo (Giulio Brogi), un capo rivoluzionario (Miguel Samba) e un borghese riformista.
Un lavoro sul colonialismo occidentale (il titolo originale è composto dalle lingue dei cinque Paesi imperialisti, italiano compreso) che venne presentato alla Mostra del cinema di Venezia suscitando reazioni contrastanti…

O título poliglota esconde a história da opressão branca sobre o mundo que se diz “descoberto” (Camões até é declamado, mas sem glória…), que se diz sub-civilizacional ou, simplesmente, se resume a duas palavras: Terceiro Mundo. É nas paisagens do Congo francês que Rocha procura estender as ideias-força do seu programa estético, começando desde logo por fazer desse país dilacerado por conflitos território mítico onde se forja o discurso não da Ordem mas antes do Progresso. O povo negro queria viver mas apenas sobrevive nessa terra que é sua por direito, mas que está sob administração de um americano, um alemão e um português, os três fiéis seguidores de Marlene, a semi-deusa semi-ninfa que é apelidada a certa altura de “besta dourada da violência”.
Como acontece nos outros filmes de Glauber Rocha, temos aqui um cenário muito propício a uma revolução popular, pelo discurso (e pelas balas) das armas. Para que ela aconteça, um elemento ou dois ou três, todos eles messias das suas Causas, são lançados para o centro da batalha. Não falamos mais do candidato Vieira de Terra em Transe ou dos “cangaceiros” de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), mas de dois “santos guerreiros”, um africano e outro latino-americano, Zumbi e Pablo, prefigurações “armadas” dos cristos de A Idade da Terra (1980), que dão nova forma ao messianismo revolucionário caro ao imagi(n)ário político-ideológico de Rocha. Também não falamos aqui de um Paulo Martins ou de um António das Mortes, mas do padre jesuíta interpretado por Jean-Pierre Léaud. Esta personagem materializa o espírito dialéctico, que lança o caos sobre o filme, sabotando, enfim, qualquer possibilidade de um discurso “a uma só voz” (dos bons contra os maus) que o espectador muito didacticamente poderá querer assacar desta como de qualquer outra experiência fílmica – e que o “imperalismo cultural” imposto por Hollywood fixa como a única receita para a boa moral(ização) dos nossos filhos. Glauber Rocha tem particular carinho por todos aqueles que derivam no mar das suas causas, oscilando entre posições à partida inconciliáveis.
Mercenários como António das Mortes ou “vendidos” à muito difusa e desorientadora Palavra de Deus como é o padre Léaud, por não estarem verdadeiramente em lado nenhum nesta Revolução, por mostrarem indecisão no seu percurso pendular, entre os que são da terra e os que sobre ela administram um império, são as personagens mais intrinsecamente humanas nas narrativas de Glauber Rocha. Há uma fragilidade ou indeterminação (mais ou menos histérica) nelas que as torna, mais imediatamente, o espelho do realizador nas suas histórias eivadas de alegorias ou produzidas numa economia brechtiana de símbolos históricos e políticos…

The linguist joke of the title states the multinational condition of oppression in Africa, and maybe Glauber Rocha’s state as an artist in exile. The revue of Antonio das Mortes is transposed in any case to the Congolese savanna, where the kind of footage shot for Mondo features becomes groundwork for a scorching political fantasy. The first shot has a bwana couple writhing in half-discarded big hunter regalia, and so it goes, an arresting new idea every ten seconds. Jean-Pierre Léaud in white robes punctuates his sermon by pounding a mallet into the ground, the local women assembled are mildly intrigued: His litany ("The beast... has the paws of a bear... the throat of a lion...") might be a description of the film, though Rocha’s creature is not a chimera but a hydra. A lily-white cabal of Euro buccaneers and CIA agents (which include Rada Rassimov, Reinhard Kolldehoff, Gabriele Tinti and Hugo Carvana) spout imperialist crap in ventilated terrazzos ("In Latin America it was easier"), the people outside are mobilized for the revolution. A stooge is propped up as ruler, given colonial peruke to complete the frogged ensemble from The Emperor Jones; resistance rests on the mating of the spear (Baiack) and the machine gun (Giulio Brogi). The Scriptures are quoted and rejected, "Lili Marleen" and "La Marseillaise" are sung in garbled accents, Don Quixote, saxophones, guerilla bellowing. "In moments of imaginative stultification, there is always someone assuming power" (Ici et Ailleurs). Rocha understands the paradox of the rebel without a state, and ends on the image (out of Preminger) of revolutionaries out on their own Exodus. And, if you don't like that, there’s the spectacle of a Dziga Vertov Group prophecy of Cannibal Holocaust. With Aldo Bixio, Andre Segolo, and Segolo Dia Manungu.


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